O dia nacional da Agricultura Irrigada, 15 de junho, foi proposto em 2021, pela PL 2975/2021. A data foi escolhida estrategicamente por estar próxima ao dia mundial do Meio Ambiente e por estar no início do período seco em grande parte das regiões brasileiras, quando a produção de alimentos é totalmente dependente da irrigação.
No Brasil, foi iniciada no Rio Grande do Sul, no final do século XIX, com cultivos de arroz irrigado, mas só se tornou expressiva nas décadas de 1970 e 1980 com incentivos governamentais para o combate à seca. Hoje, a irrigação é amplamente utilizada em diversos setores agrícolas brasileiros, como a produção de grãos, frutas, hortaliças e cana-de-açúcar. O país conta com uma extensa área irrigada, beneficiando milhares de agricultores.
Irrigação é a técnica de aplicação artificial de água para repor a água consumida pelas plantas no processo de transpiração – evaporação, comumente chamado de evapotranspiração.
Por que irrigar?
A irrigação fornece a água de forma artificial para suprir o que não é fornecido pelas fontes naturais. Cada cultura necessita de uma quantidade de água, que varia de acordo com as fases do seu desenvolvimento, tipo de solo e com o clima local.
A irrigação não apenas fornece água às plantas, mas também impulsiona a produção agrícola, a segurança alimentar, à geração de empregos, o desenvolvimento econômico e o bem-estar das comunidades. É uma tecnologia essencial para garantir a sustentabilidade e o progresso no setor agrícola; viabilizou o povoamento intensivo de várias regiões do mundo e tem sido cada vez mais relevante para a economia agrícola global e oferta de alimentos. Ela altera a forma como o solo é utilizado, possibilitando o seu uso durante todo o ano, trazendo benefícios econômicos, sociais, ambientais e ainda a possibilidade de uma produção sustentável de alimentos. Em cenário de grande variabilidade climática, que impacta e muito a produção de sequeiro, espera-se uma consolidação e crescimento da irrigação no âmbito global.
Benefícios
Entre os benefícios da agricultura irrigada, destaca-se, principalmente, a possibilidade de uma produtividade até três vezes maior do que em áreas de sequeiro, que depende apenas da chuva. Além disso, a prática reduz a possibilidade de impacto climático na produção; viabiliza diversidade nas culturas e uso do solo durante todo o ano; estimula a modernização no campo; contribui para a geração de emprego e renda; viabiliza maior rentabilidade e menor risco de produção; segurança alimentar e nutricional, aumentando a oferta de alimentos; e reduz a demanda por abertura de novas áreas de produção.
A agricultura irrigada tem crescido de forma sólida no país, nos últimos anos. De acordo com o relatório da ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico), a irrigação pode crescer 45% até 2030 no Brasil, frente a uma demanda alta de produção de alimentos. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), será necessário aumentar em 70% a produção até 2050. A irrigação desempenha um papel crucial na produção agrícola, permitindo o fornecimento controlado de água às culturas para maximizar o crescimento e o rendimento das plantas.
No entanto, é importante destacar que o aumento da produção de alimentos não depende apenas da irrigação. Outras medidas também são necessárias, como o avanço tecnológico na agricultura, o desenvolvimento de variedades de culturas mais produtivas e resistentes a doenças, a implementação de práticas de conservação do solo e da água, o acesso a recursos e conhecimentos agrícolas, além do investimento em infraestrutura agrícola.
O Brasil é um dos poucos países no mundo capaz de elevar a sua produção agrícola sem comprometer o meio ambiente. A segurança alimentar e o aumento da produção agrícola de forma sustentável são desafios globais que exigirão esforços colaborativos de governos, organizações internacionais, setor privado e sociedade como um todo.
