27 de novembro de 2023 | Leitura 3 min

A importância da agricultura familiar no Brasil

No Brasil, a agricultura familiar é definida pela gestão e operação de terras por um núcleo doméstico, onde as decisões e o trabalho cotidiano são realizados pelos próprios integrantes da família. Este modelo se distingue da agricultura em larga escala, a qual frequentemente se baseia em mão de obra externa e administração empresarial.

A essência da agricultura familiar reside na sua proximidade com a terra e na transmissão de conhecimento e técnicas de geração em geração, enraizando-se profundamente nas tradições culturais. As propriedades familiares tendem a ser menores, mas são mais numerosas, sendo assim, produzem uma variedade de alimentos, além de ajudarem na preservação da biodiversidade agrícola e na promoção de práticas sustentáveis.

 

Extensão e impacto da agricultura familiar

As propriedades de agricultura familiar, que ocupam 24,3% das terras agropecuárias do Brasil, representam 84% dos estabelecimentos rurais. Embora individualmente menores, essas propriedades são numerosas e formam uma parte significativa da paisagem agrícola do país. Essas pessoas são muito importantes para impulsionar a economia local em comunidades menos industrializadas e contribuir para a diversificação da produção alimentar.

 

Contribuição na produção de alimentos

Impressionantemente, a agricultura familiar é responsável por uma boa parte da produção de alimentos essenciais no Brasil. Isso inclui 87% da mandioca, 70% do feijão, 59% da carne suína, 58% do leite, 50% da carne de aves e 46% do milho. Estes números demonstram não apenas a capacidade de produção dessas pequenas propriedades, mas também sua importância estratégica na alimentação da população brasileira.

 

Desafios enfrentados pela agricultura familiar

Apesar de sua importância, a agricultura familiar no Brasil enfrenta uma série de desafios que impactam sua produtividade e sustentabilidade. Estes desafios incluem dificuldades no acesso a créditos, os efeitos das mudanças climáticas, questões de mercado, e a falta de tecnologias adaptadas às especificidades das pequenas propriedades.

  • Acesso a créditos e tecnologias
    Um dos principais obstáculos é o acesso limitado a créditos e financiamentos. Muitas vezes, os agricultores familiares não possuem os requisitos exigidos por bancos tradicionais, o que dificulta a obtenção de recursos necessários para investir em suas propriedades. Além disso, a falta de tecnologias adaptadas às pequenas escalas de produção é outro entrave. Muitas inovações agrícolas são projetadas para grandes propriedades, deixando os esses agricultores sem opções viáveis para melhorar a eficiência do processo.
  • Mudanças climáticas e questões de mercado
    Variações climáticas extremas, como secas prolongadas ou chuvas excessivas, podem devastar colheitas, especialmente para aqueles que não têm os meios para investir em infraestrutura resistente ao clima.

 

A jornada do pequeno agricultor é repleta de desafios, tornando-se evidente a necessidade de adaptar as políticas governamentais às suas dificuldades mais relevantes. O apoio direcionado a esses agricultores não só auxilia o seu desenvolvimento, mas também ajuda no sustento de inúmeras regiões que dependem da agricultura em face da limitada presença industrial.

A agricultura familiar no Brasil é um setor resiliente e indispensável, entrelaçando as questões socioeconômicas e ambientais do país. Enquanto enfrenta grandes desafios, sua contribuição para a segurança alimentar, diversificação econômica e práticas agrícolas sustentáveis não pode ser subestimada. É imperativo que haja um reconhecimento maior e suporte continuado para este setor, garantindo que ele não apenas sobreviva, mas prospere em um futuro cada vez mais competitivo.

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